quinta-feira, março 19, 2020

FAVO DE TEU NOME...


Amoráveis os dias, Lydia, assim colhidos
Como pétalas em teu regaço. E o lago de teus olhos
Onde moram os barcos e aportam
Todas as viagens.

Deixemos, Lydia, que o tempo se faça solstício
E do momento guardemos a doce espera
E o favo de teu nome. E desfolhemos
Os dedos numa carícia breve
Como se fora a brisa
 Sobre a pele

E louvemos os deuses
Que embora néscios sobre nós descem
Na amargura das horas e no cântico
Festivo da tarde…


Manuel Veiga

Lydia é uma criação literária de Ricardo Reis

11 comentários:

Teresa Almeida disse...

Como nascente a manar, o poeta prossegue a melodia tão necessária em tempo de pandemia mundial. E Lydia nunca o abandonará.

Que força, amigo! É um prazer entrar no teu espaço.

Abraço apertado.

" R y k @ r d o " disse...

Boa tarde:- E assim escreve um fabuloso poeta. Poema admirável.
.
Cumprimentos poéticos
.
^^^ https://pensamentosedevaneiosdoaguialivre.blogspot.com/ ^^^

Cidália Ferreira disse...

Mais um poema maravilhoso!
-
A fé atravessa-nos o pensamento cruel
-
Beijos e uma excelente tarde!

Tais Luso de Carvalho disse...

Muito lindo e terno poema, Manuel, quisera eu no meio dessa terrível pandemia, pudesse pensar em tão bela construção para aliviar a alma...
Mas não sou poeta. Ao contrário, me afogo nas mazelas do mundo.
Beijo!

Canto da Boca disse...

Amoráveis promessas a serem colhidas... Que se cumpram!

Jaime Portela disse...

Já (ou ainda...) não tenho paciência para os deuses...
Um poema muito bom.
Caro Veiga, um bom fim de semana, em segurança.
Abraço.

Olinda Melo disse...


Palavras de mel. Amorabilidade que ressalta em todos os versos,
numa visão idílica, perfeita. Esperança de um tempo breve que nos
nos traga e confirme o direito à felicidade.

A sua versatilidade, Manuel Veiga, é notável. Sempre admiradora
dessa forma maravilhosa de escrever, seja em prosa ou em verso.

Abraço, meu amigo.

Olinda




Ana Tapadas disse...

Faço minhas as palavras da querida Olinda.
Acrescento que pode ombrear com R. Reis.

Bj

lis disse...

Assim são os favos de mel. Tão 'amoráveis'
_como a brisa que sopra a beira-mar.

José Carlos Sant Anna disse...

E preciso dizer que este é mais um daqueles poemas que nos fazem reclinar e tirar o chapéu, meu caro amigo?
Este lirismo nos faz esquecer momentaneamente "as dores do mundo" neste momento depois que aqui aportamos.
Um abraço, caro Manuel!

P.S.: Cuide-se

Pedro Luso de Carvalho disse...

Um poema de grande beleza, caro amigo Manuel.

Escolhi aleatoriamente estes versos, dente outros de FAVO DE TEU NOME, igualmente belos:

“Os dedos numa carícia breve
Como se fora a brisa
Sobre a pele”

Não posso deixar de elogiar a nova roupagem do Relógio de Pêndulo. O seu blog ficou na medida certa para uma agradável leitura. Parabéns!

Um bom final de semana, com a nossa torcida para que o Coronavírus desapareça logo.

Um grande abraço caro Manuel.

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...