sexta-feira, março 27, 2020

O TEMPO É ESTA ESPERA ...


Desprendem-se as palavras
Como frutos em púberes mãos
E delas colhemos
Licores. E essências.
E sorvemos
A passagem
Das horas.

O tempo é esta espera
E a vida suspensa
E a macia pele
E a memória
Em combustão
A desenhar
A avidez
Dos corpos.

E a metamorfose
Dos dias perecíveis.

Manuel Veiga



10 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Saudações amigas
.
Mais um poema de esplendor. Lindo de ler
.
Votos de Paz, Saúde, Amor

Cidália Ferreira disse...

"O tempo é de espera" Tudo dito!

-
Tudo se recomeça...
-
Beijos. Bom fim de semana!

Graça Sampaio disse...

Muito, muito bom! Como sempre, Poeta!

Beijinho.

Zilani Célia disse...

Oi Manuel!
Que coisa linda.
Valeu a leitura.
Abrçs

Elvira Carvalho disse...

Muito bom amigo. Costumo dizer que a vida é como os alcatruzes da nora. Ora estão em cima, ora no fundo do poço. E neste momento estão bem lá em baixo. Mas a nora roda e vamos voltar lá a cima. Tenhamos esperança.
Abraço e cuide-se

CÉU disse...

Tenhamos confiança no poder do tempo.
Gostei muito do poema.

Dias de esperança!

Canto da Boca disse...

As palavras, são sempre elas a tentarem dar nome aos sentimentos... Mas a memória, é na memória que tudo acontece outras vezes e não nas palavras.
Um poema-pomar onde podemos colher o que nos toca à alma e apetece.

Belíssimo!

Abraço.

:)

Olinda Melo disse...


Nessa espera, o valor das sensações vividas se enaltece
e rege os dias que transcorrem, a um tempo, lentos e
velozes.

Fruto de circunstâncias e contingências que conhecemos,
esta vida suspensa encontrará forma de fazer renascer
na nossa memória momentos que agora nos parecem
irrepetíveis.

Poema belíssimo, caro Manuel Veiga.

Abraço
Olinda




Teresa Almeida disse...

Tuas palavras desprendem-se e entram em combustão na avidez de vida plena. E são licores e essências que colhemos em tempo de espera.

Belo, muito belo, caro amigo Manuel.

Beijo.

Teresa Almeida disse...


Esta "Ode to Joy by Ana Rucner Cello" é pura emoção.

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