terça-feira, maio 12, 2020

INCAUTO MORFEMA...


Derrama-se a palavra
Sem mais nada. Leve fissura apenas
Milimétrica. Ou a efervescência
De que é feita

Tensão da espera
A corroer por dentro
Sem plano
Ou guia

Apenas a alquimia do verso
E o incauto morfema.

E a inquietação do poeta
A engendrar as cores 
Do poema.

E a dissolver as alegrias
E as dores da hora
Na fugaz grafia
Do Mundo...

Manuel Veiga



13 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Poeticamente sedutor e fascinante de ler.
.
Um dia de Terça-feira muito feliz
Cuide-se

José Carlos Sant Anna disse...

Caro Manuel,
E o poeta envereda pelo fazer poético pela simbiose entre sujeito do discurso e o objeto do seu discurso: o poema. Um dos símbolos da resistência da palavra “na fugaz grafia do Mundo”.
Um abraço, Poeta!

Cidália Ferreira disse...

Poema fantástico! :)
-
Sou como um rio, tão cheia de nada

Beijo e uma excelente noite...

Teresa Almeida disse...

Ao descreveres o ensejo de construíres um poema deixas plasmadas a efervescência e a inquietação. E a alquimia poética funcionou, meu amigo. Funcionou e fascinou.

Um beijo, Manuel.

Marta Vinhais disse...

E constrói-se o poema...
Lindo...
Obrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta

vieira calado disse...

Olá, como está?

Olhe, gostei do seu poema, esguio e aparentemente simples.
Um abraço!

carimbó da sorte disse...

Olá , estou acompanhando este site e estou adorando seus artigos são muito bons mesmo parabéns.
Carimbó da Sorte

Canto da Boca disse...

A palavra derramada, tracejou em seu percurso, mais um belo poema.

Abraço.

:)

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Um poema que me deu imenso prazer ler.
O poeta angustia-se, inquieta-se
durante a concepção do poema, mas, como no seu caso, supera-se.
Um beijinho,
Ailime

lis disse...

Dizem que os poetas em meio a dez mil coisas é capaz de ver o essencial
e dar-lhe nome.E sendo assim nenhuma palavra pode ser acrescentada,apenas inquietar-se para sentir o poema na sua 'efervescência'.
Sempre o meu Parabéns mVeiga

Jaime Portela disse...

E quando há plano ou guia, ele vai-se esfumando a cada verso...
Excelente, como sempre.
Caro Veiga, um bom fim de semana.
Abraço.

Olinda Melo disse...


A leitura do Mundo! E para isso são necessárias Palavras
no seu elemento mais primitivo, autêntico. E o morfema
salta incauto, quase desprevenido, fervilhando de urgências
no interior do verso. E o Poeta procura contê-lo, dar-lhe
forma e substância. Associa-lhe as cores, as dores, as alegrias...

E sai Poema. Inteiro. Comleto.

Adorei, caro Manuel Veiga.

Abraço

Olinda

Olinda Melo disse...


Corrigindo:

Completo.

Abraço

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