segunda-feira, julho 20, 2020

UMA GOTA DE LUZ INESPERADA....



Voragem de um tempo sem tempo
Aleatório jogo. Ou prenúncio.
Ou movimento. Ainda não ritmo.
E o verbo grito…

Ou soma de acasos. Ou íntima
Predestinação de partículas
Conforme suas mútuas
Empatias. Ou cadinho
Das origens.

Uma gota de luz que tomba
Vertida de Inesperado
E todo o Universo
Se ilumina ...

Matéria viva
Agora. A disseminar
Desordem

E a poisar na vermelha flor
Que ora te digo. Númen
E nome. E verso
E reverso.

E o mesmo sopro
Divino. E o mesmo
Barro.


Manuel Veiga



10 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Fabuloso... poeticamente falando
.
Um dia feliz
Cumprimentos

São disse...

Transmites muito bem quanto pode ser poderosa uma pequena gota luminosa e repentina!

Beijo, querido Poeta, semana boa :)

Cidália Ferreira disse...

Sempre brilhante nos seus Poemas!!
**
Andarilhando...

Beijo e uma excelente Semana!

José Carlos Sant Anna disse...

Note-se que poema obedece a um ritmo que vai na direção do que o caracteriza, anunciar a presença de uma luz inesperada. E mais vez a importância atribuída à palavra, portanto, ao ato dizer.
E como o faz tão bem, deixando o leitor a identificar a luz, a entendê-la!
Um abraço,

Elvira Carvalho disse...

Uma gota de luz que tomba
Vertida de Inesperado
E todo o Universo
Se ilumina ...

Nestes tempos tão estranhos que vivemos, precisamos cada vez mais de uma gota de luz que nos tire da escuridão em que o medo nos mergulhou.
Abraço, saúde e uma boa semana

Teresa Almeida disse...

Uma gota de luz é um potencial inesperado.

É nascedouro, amanhecer, início do prazer poético.

Esta gota de luz explodiu de encantamento.

Julgo que terás tido dificuldade em pousar, caro amigo Manuel. O voo continuará naturalmente.

Um beijo.

Ailime disse...

Boa noite Manuel,
Um poema belíssimo na sua construção em metáforas que nos fazem aspirar pela Luz e sopro Divino, que nos devolvam a pacatez e serenidade dos dias.
Um beijinho,
Ailime

Tais Luso de Carvalho disse...

Maravilhosa construção como sempre, meu amigo!
As metáforas estão cheias de encanto.
Uma boa semana, Manuel!
Saúde e esperança, pois estamos todos no mesmo barco.
bj, até mais!

lis disse...

Um turbilhão esse poema.
Uma soma da luz que ora não ilumina.
_ fios invisíveis.
e o 'sopro divino'surpreendendo.
Bom vir te ler mVeiga
meu abraço

Olinda Melo disse...


Caro Manuel Veiga

Como comentar este Poema se ele nos transcende,
ao falar do "Verbo grito" e de uma "gota de luz
inesperada" de forma tão intimista e tocante?

Não nos compete perceber a génese desse
"mesmo sopro divino e mesmo barro" e tirar daí
ilações. Apenas ler em silêncio e guardar em
nós esta magia.

Abraço, meu amigo.

Olinda

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