à sombra de meus versos
altos castelos e vistosas torres,
por dois anjos de fogo negro engalanados
do poeta apenas suas claras fantasias.
e o assédio de seu nome no livro dos reconhecimentos
um dia meus poemas, andarão por aí dispersos
como cinzas ao vento num bailado espúrio
de sombras benévolas a voarem e
partículas mínimas em busca de um verso
de amor ora interdito – milagroso grão de fogo –
salvífico em seu fervor de liberdade…
altos castelos e grandes torres a soçobrarem
reverso do verso a esboroar-se por dentro
como cúpula mal desenhada.
magnânimo o poeta, tudo perdoa e
por entre escombros, resga bandeiras
e estranhos hinos e um fanado retrato
da velha Messalina saída das ruínas
com uma alcateia de cães a ladrarem à Lua
e a lamberem o cio derramado…
Manuel Veiga
16.08.22
3 comentários:
Não fico admirada que o poema tenha o epíteto, dado pelo autor, de Mal Amado. Eu confesso que o achei muito pouco glamouroso.
Parece ter sido inventado na alcova de um castelo medieval...:)
Abraço, Poeta Manuel!!
Um poema muito forte, em que o poeta procura contrabalançar a sua angústia partindo das suas reflexões poéticas, em contraponto com situações de mais vincada tragédia.
Abraço amigo.
Juvenal Nunes
Olá querido Mario
Vim conhecer o teu espaço e gostei muito
Amo poesias e amei a sua!
Muito profunda! Abraços, aparece lá em casa, tem chá e bolo! risos, muitos.
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