sexta-feira, maio 05, 2023

SUAVES SORTILÉGIOS


 

Falam - me estes dias de suaves sortilégios

quando os olhos sorriem na ternura de um afago

e teu regaço, Mãe, em altar e refrigério...

 

Não havia profusão de cores . Nem artifício

Tudo se resumia a singeleza de teus dedos

Ajeitando o musgo sobre a pedra

e a imaginada Gruta onde construías o milagre

Aninhando se em mim... Deus menino!

 

(Que o outro menino era apenas pretexto

Natal que tu não sabias, então, mãe, mas eu sei

Hoje)

 

E a mãe celeste era amorável devoção

com que enfeitavas o caminho. E deitavas

nas palhinhas o meu olhar deslumbrado

e o doce encantamento...

 

E a liturgia Imaculada do presépio!

E esta eterna dor da ausência. E tua presença

iluminada que pressinto em cada passo.

 

Manuel Veiga

in “COREOGRAFIA  DOS SENTIDOS”

4 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

Esplêndido poema, como não poderia deixar de ser.

Um abraço, Manuel!

Olinda Melo disse...

Suaves sortilégios, neste amorável poema.
Tão lindo e cheio de ternura, neste Dia
dedicado às Mães e, em especial, à sua Mãe.
E a ausência faz-se presente.

Abraço, Manuel Veiga.

Olinda

Rogério G.V. Pereira disse...

Obrigado, meu caro
por este tão belo momento

Abraço

São disse...

Graças e parabéns pelo poema!

Te abraço

UM SORRISO “FREAK - Poema de Natal

Gosto de pessoas. Por vezes próximas, respirando ao mesmo ritmo!.. Outras (quase sempre) apenas momentos, riscos de acaso, meteoritos inte...