terça-feira, agosto 15, 2023

MÃOS DIVINAS....


 Os olhos vendados são o limite da língua

 E a levitação do corpo

Nada perturba o território

Nem a música de teus dedos

Na periferia, nem a uterina fala

Do silêncio…

 

Tudo o que passa são tuas mãos apenas

Acordes íntimos a romper a pele

E a conter a explosão orgástica

E a devolução da matéria sísmica

Na leveza da agitação muda…


O tempo claudicou. Como a língua

É um suspiro breve ou um vagido

E ondas do corpo a atiçar o falo

Galera em que viajo no sopro

De teus castos dedos…

 

E teu irónico sorriso!...

 

Manuel Veiga

16.08.2023


1 comentário:

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Magnífico poema em que as belas metáforas esculpem o erotisno com delicadeza.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

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