Em oceano de sargaços solto
Meus
presságios. E inverto o sentido
De meus passos.
Meu relógio (de badalo)
Marca apenas as horas
faustas
Que, outras, não quero.
Nem meu nome
É coito de insídias, nem
pasto
De perfídias. Nem meu
corpo é cacilheiro.
Porém, navio de corsário…
Parto. E passo
De alto – que nada renego.
Nem dou trocado. Nem vendo.
Que se soltem pois os
ventos. Que ventos
Não temo. Nem as Fúrias
Que os dizem.
Sei que passo – e parto aliviado.
Pois bem sei de meus passos
Que, sem metáforas,
cultivo.
Manuel Veiga
7 comentários:
Boa tarde Manuel,
Que dizer? Simplesmente muito belo este poema.
Que a poesia tenha sempre liberdade para assim se soltar!
Um beijinho.
Ailime
E nesta " rotação do tempo " sabemos que estamos, sabemos que passamos e também que partimas, mas nunca saberemos como, quando e porquê. E bom que não tenhamos medo dos ventos que sopram, das fúrias das águas das maledicências ditas e escritas, porque o caminho tem que ser feito, os passos têm que ser dados com maior ou menor cautela; têm que ser " cultivados " , com cuidado, um a um e devagar para que um dia possamos dizer" quando chegar a hora " parto aliviado " E assim são os ventos ! E assim é a vida, o nosso tempo! Um beijinho e bom fim d3 semana
Emilia
E cada passo poéico é intenso e profundo. Pleno de sentidos. De vida.
Tua marca de identidade.
E eu delicio-me - como sempre.
Beijos, meu amigo Manuel.
E cada passo poéico é intenso e profundo. Pleno de sentidos. De vida.
Tua marca de identidade.
E eu delicio-me - como sempre.
Beijos, meu amigo Manuel.
Bravo! Corajoso e rebelde neste seu poema, caro Manuel Veiga, não deixando nada ao acaso. Os ventos contrairos não passarão. E o importante é traçar o rumo certo para atingir o porto desejado, desprezando, qual Ulisses, eventuais cânticos insidiosos.
Abraço
Olinda
Olá, poeta, boa noite!
Gostei do que li.
Saudações poéticas!
Que se soltem os ventos, um poeta da sua estirpe não quer saber de cais, "pois bem sabe dos seus passos...
Um abraço, caro poeta"
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