terça-feira, maio 14, 2019

AUSÊNCIA(S) 3


São as ausências um perfume
Evanescente. Anoitecer das camélias
À margem do mundo…

Música de fundo. Ou apenas
Um acorde jazz. Lancinantes notas
No desalinho do sax…

Ou abandono dos dedos
E a página aberta. A alma absorta
E um livro tombado...


Manuel Veiga






6 comentários:

Larissa Santos disse...

Maravilhoso :))

Bjos
Votos de uma óptima Terça - Feira

Teresa Durães disse...

Ausências desenhadas nas paredes brancas. Por vezes custa muito.

Emília Pinto disse...

Tenho andado um pouco ausente, ausente dos blogs, ausente no livro há tempos começado e parecendo esquecido na mesa, ausente de visitas que deveriam ser feitas: são ausências, mas não inquietas, necessárias apenas e por um bom motivo; não doem estas ausências, mas há outras, amigo, aquelas definitivas, involuntárias que doem muito, muito e que não voltarão a ser presenças. Sei que um novo livro vai sair e, pelo que li dele aqui, será muito bom. Espero que seja um sucesso e que na " festa " de lançamento não tenhas muitas ausências a lamentar, Boa sorte, amigi! Beijinho e boa noite
Emília

Teresa Almeida disse...

São os livros que nos deixam absortos e nos levam em inesperadas viagens.
E um acorde de jazz acompanha e acalenta.
E as palavras começam a fluir...
E cumpre-se o poema.

Excelente ausência, meu amigo Manuel Veiga!

beijos.

Olinda Melo disse...


Olá, Manuel Veiga

Gosto desse abandono,languidez quase, e, imagino, os acordes que o sax vai desalinhando/alinhando nas suas improvisações, conforme o momento e as sensações. Gosto deste poema curto e contido que deixa adivinhar outros mundos e outras vidas, convidando o leitor a completá-lo, recorrendo às suas próprias vivências.

Abraço

Olinda

Genny Xavier disse...

Vezes em que as ausências são mesmo sutis, como os perfumes que espalham seus aromas devagar e suavemente...como sutis são as melodias do jazz que adentram nossa alma...ambos motivos de versos rabiscados nas folhas brancas dos livros...
Boa noite, meu amigo.
Genny

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...