Desalinhada
flor assaz perdida
Em
busca das cores que melhor a digam
E
em demiúrgica ousadia
O
poeta a soletrar a tela
E
a derramar-se
Em
avidez lume
E
a colorir de azul
E
mel o colapso das formas
E
a inaugurar as pétalas
Ora
perfumadas
E
luz perene.
E
o cântico dos cânticos
E
a murmurar urgências
E
a recolher ecos
De
um tempo
Breve
…
Manuel
Veiga
15 comentários:
Sedutoramente POÉTICO.
.
Bom fim de semana
Um poema simplesmente belo! :)
-
Será loucura certamente ...
Beijos e um excelente fim de semana! :)
Belo poema e linda canção
Beijinho, amigo, bom domingo
Deixo-me embalar...
Abraço, Manuel.
Manuel,
Muito me agradou este teu poema!
“...E a recolher ecos
De um tempo
Breve...”
Estamos todos neste tempo breve, esperando um Mundo melhor e sem este vírus letal.
Um abraço e cuide-se!!!
Fiquei presa nas palavras do Poeta, nesta pintura cuidada
e inspirada, um maravilhoso acto de criação.
Flor imperfeita, assaz afortunada pela atenção que lhe é dedicada.
E os últimos versos, que fecham de forma gloriosa este Poema, atestam
bem a excelência desta escrita:
E luz perene.
E o cântico dos cânticos
E a murmurar urgências
E a recolher ecos
De um tempo
Breve …
Manuel Veiga, o tempo breve torna-se eterno através do seu talento.
Abraço.
Olinda
Caro poeta,
também me deixei embalar por este caminho que se delineia na construção poema. Na passagem inicial disfórica e na progressão posterior para que o poema se faça num operoso trabalho de linguagem.
Um abraço, caro Manuel!
"E o cântico dos cânticos
E a murmurar urgências
E a recolher ecos
De um tempo
Breve … "
Um poema assim construído, é de quem lhe soube moldar as formas. É de quem lhe soube imprimir luz perene.
Gosto imenso.
Um beijo, meu amigo Manuel.
Foste inspirado pelo "Cântico dos Cânticos" para te derramares em avidez de lume e luz perene… Tão belo!
Uma boa semana meu Amigo.
Um beijo.
Desalinhada flor, mas alinhado poema...
Excelente, gostei muito.
Caro Veiga, uma boa semana.
Abraço.
Começo por te agradecer a linda canção, lembrando o tempo das cerejas e depois vamos ao belo poema onde as flores tentam alinhar-se da melhor forma, já que estamos na estação que lhes pertence; há sempre um ventinho que desalinha a flor vaidosa, um pintor que, de teimoso quer colorir de azul uma outra flor já descontente por ter perdido algumas pétalas e assim decorre a vida no jardim, também com preocupações;sabem as flores que a vida é curta e é preciso aproveitar cada minuto deste tempo; há gente precisando de suas cores, da sua vivacidade, da sua luz. É urgente, Manuel que aprendamos a admirar as flores, mesmo quando já desalinhadas e uma ou outra pétala caída no chão. Espero que estejas bem, Amigo e obrigada pelo belo momento
Emilia
Muito bom!
O tempo é breve mas a elevação nas asas do ar quente supera a abstinência dos avaros das emoções.
Como sempre armado, da cabeça aos pés, pela marca registada do Poeta.
Abraço.
Manuel, meu amigo, agora temos a obrigação de pensar no tempo, no valor das coisas simples, na família e no que nos traz alegria. Esquecer tudo o que não vale a pena. Podemos ver nesse espaço de tempo - que estamos atravessando -, o quanto são importantes os verdadeiros valores e o quanto estamos pensando no tempo, já um pouco apreensivos.
Belo poema, temos urgência, sim, em viver o tempo que nos foi concedido.
Beijo, amigo, uma boa semana!
E luz perene.
E o cântico dos cânticos
E a murmurar urgências
E a recolher ecos
De um tempo
Breve …
desalinhada
talvez
mas bem alinhavada
o cântico se faz
suave
languido
doce
breve
muito breve
como a vida!
:)
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