terça-feira, maio 19, 2020

INTERMINÁVEL JOGO....


Em seu desenfado
Inventaram os deuses um singular jogo:
Colocam as pedras no tabuleiro
E largam, então, as vítimas.

E fazem rolar em fragor as órbitras
E o jogo de forças.

Os néscios exultam – a contar seus ganhos
E os sábios sorriem. Pois que, perdendo,
Muitas vezes vencem
Cativos de seus rasgos
E de seus logros.

Bem sabendo das estultas regras
E do interminável jogo...


Manuel Veiga




13 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Adorei o poema. Parabéns!:)
-
Intempéries no sentimento imaturo

Beijo, e um excelente noite!

Pedro Luso de Carvalho disse...

"Em seu desenfado
Inventaram os deuses um singular jogo:
Colocam as pedras no tabuleiro
E largam, então, as vítimas."


Aos estudantes, aos jovens poetas, a todos que gostam da poesia, fica a minha sugestão: leiam mais de uma vez o excelente poema, INTERMINÁVEL JOGO, de Manuel Veiga, talentoso Poeta, que se inicia com os versos acima..

Um grande abraço amigo Manuel.

Canto da Boca disse...


Os deuses ludibriaram os homens, incautos e cheios de ilusões. Pobres humanos, a mercê dos jogos... E dos deuses.

Abraços.

:)

" R y k @ r d o " disse...

Sem dúvida um interminável jogo... poeticamente maravilhoso de ler e reler.
.
Saudações poéticas
Proteja-se

Olinda Melo disse...


O jogo da vida cujas regras nos ultrapassam, muitas vezes.
Lançados no tabuleiro há que avançar e jogar ou perderemos
a nossa vez. Na arte da relativização de elementos morais e/ou
éticos perfilam os ganhadores ou perdedores.

Mas há uma realidade patente nestes versos, segundo a minha
leitura:

"Os néscios exultam – a contar seus ganhos
E os sábios sorriem. Pois que, perdendo,
Muitas vezes vencem
Cativos de seus rasgos
E de seus logros."

Será que ganhamos mesmo (se for o caso) ou ficamos cativos
dos nossos próprios atropelos?

Como bem diz o Poeta, na sua bela poética, trata-se de
um jogo interminável.

Sempre a surpreender-nos, caro Manuel Veiga.

Abraço

Olinda

Elvira Carvalho disse...

A vida é sempre um jogo com deuses ou não.
Abraço e saúde

José Carlos Sant Anna disse...

Quantas possibilidades podem ser visualizadas neste tabuleiro que “em seu desenfado inventaram os deuses...” pelo sentido ambíguo que nele se encerra e pela oposição que em qualquer jogo os contendores se fecham.
É sempre uma alegria ler este belo jogo com as palavras e o domínio que você tem do seu tabuleiro.
Um abraço, caro Manuel

Teresa Almeida disse...

São intermináveis os jogos de poder,
e muitas as peças lançadas no tabuleiro, vítimas de jogatina falseada.

Poema analítico muito bem conseguido.

Beijinho, meu amigo Manuel.

Tais Luso de Carvalho disse...

Manuel, meu amigo, somos as peças dessa engrenagem muito louca e que agora mais do que nunca é um desatino.
Estou meio devagar, amigo, mas logo voltarei à blogosfera como sempre estive.
Parabéns por esse belo poema,
beijo, uma boa semana na medida do possível.

Tais Luso de Carvalho disse...

Em seu desenfado
Inventaram os deuses um singular jogo:
Colocam as pedras no tabuleiro
E largam, então, as vítimas.

Lindo, forte, verdadeiro!
Salientaria, aqui, todo o poema...

São disse...

Sim , somos joguetes das divindades, particularmente das que as pessoas inventam.

Belo poema e bela peça musical.

Beijinho, bom fim de semana, amigo.

Ailime disse...

Boa tarde Manuel,
Um poema magnífico!
Nós somos essas vitimas deixadas no tabuleiro ao alcance das mãos desses vilões que jogam sem dó nem piedade os nossos destinos.
A música é belíssima.
Beijinhos e bom fim de semana.
Ailime

Agostinho disse...

Desde logo há que perceber o tabuleiro-poema que o Poeta engenhosamente armou. A cena dos sábios e néscios não tem solução ou fim.
Muito bem.
Abraço.

ESCULTOR O TEMPO

Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...