sexta-feira, junho 19, 2020

PERFÍDIA(S)...


1.
Revolvem-se
As bocas
E as línguas
De tão líquidas
Voam.

2.
Frémito dos lábios
Perfídia dos deuses
A celebrarem o fogo
E a ausência
Dos corpos…


Manuel Veiga


12 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Desatinos sensuais num poema muito sedutor.
.
Tenha uma tarde/noite feliz
Cumprimentos

Cidália Ferreira disse...

Poeticamente sedutor! Amei
-
Sonho fracassado ...

Beijo, e um excelente fim de semana! :)

Teresa Almeida disse...

Melodias de sempre. Amei ouvir esta. E ler teu poema que ensaia um voo roçando o desejo e a rebeldia.

Beijos, poeta amigo.

Olinda Melo disse...

Caro Poeta

Vejo-o a "acintar" os deuses, coisa que não é novidade, diga-se.
Mas, desta vez, não os afrontando abertamente, segundo creio.

Como alcançar o âmago deste Poema?
A Perfídia 1 dá-nos algumas pistas e seguindo-as chegaremos facilmente à Perfídia 2. As duas juntas dão-nos a noção de que realmente os deuses
não são de fiar. Concedem benesses pela metade, deixando os pobres mortais
insatisfeitos.

Bom mesmo é concluir que nos bastamos a nós próprios, isto é, começar
e acabar as nossas demandas com armas que possamos manejar, sem ajuda.
O resultado talvez nos surpreenda.

Abraço, Manuel Veiga.

Olinda

Elvira Carvalho disse...

Depois do comentário da Olinda, não me atrevo a dizer nada pois penso que ela já disse tudo.
Abraço, saúde e bom domingo

Pedro Luso de Carvalho disse...

Volto a este espaço, caro amigo Manuel, para refazer o meu comentário:

Caro amigo Manuel Veiga, gostei muito do seu poema, “PERFÍDIA(S)...”, no qual vi o seu apreço à forma, moldura indispensável à poesia, e também vi o conteúdo do poema que, com esmerada mensagem, resultou, no seu conjunto, nesta obra de arte, esmero e talento do Poeta.

Um bom domingo, Poeta.

Um abraço.

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

MV

um poema muito sensual dividido em 2 partes

gosto

só discordei da ausência dos corpos

mas, digamos, que, em alguns casos é irelevante

e ao Poeta tudo é possível

bom domingo

:)

Juliana Lira disse...

Quanta paixão nessa escrita!

Beijos

BLOG Reticências...

Graça Pires disse...

Os deuses a celebrarem o fogo da ausência dos corpos. Nunca estão isentos de culpa e perfídia, os deuses... Magnífico poema, meu Amigo!
Uma boa semana com muita saúde.
Um beijo.

José Carlos Sant Anna disse...

São dois momentos. Cada um deles acrescenta e subtrai ao existente, pois assim querem os deuses. E nos embalamos na música do poema...
Um abraço, Caro Manuel!

Tais Luso de Carvalho disse...

Olá, meu amigo Manuel, belo e sensual poema, e a música é linda, Perfídia, há tempos não a escutava!
Show de postagem!
Uma boa semana!
beijo

lis disse...

'Perfídia' _ um belo tango se cantado a sós é triste e é mesmo dos deuses,mVeiga
Olha só que dramático, em tempos de'ficaremcasa'_'que lejos estas de mi'
e me faz lembrar outro lamento de Alceu Valença,rs
_ 'distraída no ambiente luxuoso
Em que tu sempre vivias
Tu deixaste que murchassem minhas flores
Meu buquê de fantasias'
Belo poema e música bem ao estilo'vou chorar' rs
Um abraço

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