quarta-feira, fevereiro 14, 2024

Tempo Breve


Desalinhada flor assaz perdida

Em busca das cores que melhor a digam

E em demiúrgica ousadia

O poeta a soletrar a tela

E a derramar-se

Em avidez lume

E a colorir de azul

O colapso das formas

E a inaugurar as pétalas

Ora perfumadas

E luz perene.

E o cântico dos cânticos

E a murmurar urgências

E a recolher ecos

De um tempo

Breve …

 

Manuel Veiga

 

 

1 comentário:

Olinda Melo disse...

O tempo parece breve quando queremos que perdure.
É o tempo das pétalas, do seu viço e da sua cor.
Mas contemplemos com o fervor da flor e contentemo-nos
com ela enquanto dura.

Belo, belo poema, Manuel Veiga

Abraço
Olinda

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Escultor de paisagens o tempo. E estes rostos, onde me revejo. E as mãos, arados. E os punhos. Em luta erguidos…  S ons de fábrica...